domingo, 30 de agosto de 2009

O impetuoso caminhar

Caminhar é estar a caminho do perder-se e conseqüentemente da busca do reencontro, embora este não implique a existência de um plano de chegada. O percurso é íngreme e longo, porém é nele que se encontra a possibilidade da busca. Os que se perdem são os que não acreditam na previsibilidade das coisas, mesmo porque os significados não são prontamente, nem tampouco gratuitamente dados, são na verdade atribuídos. O perigo daqueles que não se permitem o desvio do caminho está no fato de já se sentirem portadores do entendimento do percurso e ali permanecerem.A imprevisibilidade do mundo pertence aos “pensadores”, na medida em que reconhecendo o risco da imobilidade, deixam-se levar pela busca de novos rumos. O destinar do ser repousa na desapropriação de si mesmo, de onde se dá a retomada. Só há retomada se antes houver uma retração, entendida aqui como desvio do previsível. Transpor abismos, atravessar pontes, aceitar que a “ruptura da tradição libera o olhar”, é assim que nos permitimos enxergar os acontecimentos do caminho e reconhecer a real possibilidade de outras perspectivas.

2 comentários:

  1. Terezinha disse...
    Para mim perder-se é tentar ser uma pessoa sempre aberta para crescer, para aprender e ajudar . Assim deixou escrito Victor Frankl na sua experiencia nos campos de exterminio de Hitler.
    Com esta filosofia da vida Frankl nos dexou a extraordinaria teoria de vida saudavel: a Logoterapia. Perder-se e reencontar-se dois lados da mesma moeda : A vida.
    Saber equilibrar-se na corda bamba da vida é isto : saber perder-se para refundar -se sempre numa subida á maturidade humana espiritual , marcando a nossa passagem no meio da humanidade, como buscadores da verdade e do sentido profundo da vida.Ir. Terezinha.

    24 de Agosto de 2009 09:05
    JAIR disse...
    Esta postagem foi removida pelo autor.
    24 de Agosto de 2009 19:00
    JAIR disse...
    A Dissertação da Moema é quase uma tese, não consigo ser tão profundo num perder-se ou num reencontrar-se.
    Acho que o perder-se em pensamentos não pode ser um reencontrar-se no nada, buscar alguma coisa que não se toque, que não se esvazie, que não se inclua,ou seja, vou aprendendo...
    Moema me encantou....

    24 de Agosto de 2009 19:02

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    O SABER PERDER-SE PARA DEPOIS SABER REENCONTRAR-SE
    FORMADA EM FILOSOFIA - PUC-RIO PÓS-GRADUADA EM FILOSOFIA-UFRJ PÓS-GRADUADA EM SOCIOLOGIA POLÍTICA E CULTURA-PUC RIO
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  2. Moema disse...
    Interessantíssima essa perspectiva... A meu ver, vivemos em uma eterna busca de nós mesmos. De nosso eu, de nossa origem, de nossas motivações... Ao nos "encontramos" nesta constante busca, parece-me que buscamos um encontro, ou quem sabe um (re)encontro... Com a potencialidade que temos, como as possibilidades em "sermos"... No entanto, essa tentativa de uma descoberta ou redescoberta, penso que, só pode estar associada ao sentimento de perda, de perder-se... E é em razão desta perda, desta sensação de que é necessária a busca, - que sentimos que algo nos falta - que procuramos a nós mesmos, à nossa essÊncia... A algo que nos agregue ao todo, sem que no entanto nos reduza, nos aprisione... Buscamos legitimar nossas diversas faces, nossos diversos eus, buscamos portanto, uma identidade, o direito de sermos nós mesmos, e portanto únicos... Apesar do outro, e mais, ainda que haja o outro... Já que nossa sociedade nos pasteuriza, nos homogeneiza. Como se fosse possível agregar tantos quereres, tantos prismas sob uma única ótica... Esse ponto de partida me pareceu libertador!!! Perder-se então não significa não encontrar, não chegar... perder-se então indica que há inúmeros caminhos a seguir!!! Lindo, Neice!!! Lindo!!! Saudades suas!!! (Re)Flexões são sempre tão salutares, achei esse exercício inspirador!!! bjos, de sua "sobrinha" que ao se perder, está por se encontrar cada dia um pouco mais, e sempre e acabou esbarrando com vc!!! Aguardo por mais... Muitas re_flexões mais!!!!

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