domingo, 17 de janeiro de 2010

A Eternidade Nos Escapa

" Ó humano, presta atenção... . Ai de mim! Para onde foi o tempo? Não afundei em poços profundos? O mundo está dormindo." Esta fala de Zaratustra (Nietzsche) suscita o sentimento de finitude do homem diante do mundo. Este homem, que é um ser de desejo, tem diante de si a certeza inexorável do finito.
A imagem mítica do deus Cronos (Tempo), devorando os próprios filhos, já expressa o conceito da não eternidade.
O próprio nascimento é a primeira morte, se entendida aqui como primeira separação. É o novo e desconhecido ambiente que substitui a cálida sobrevivência uterina. Daí em diante, a vida passa a ser uma eterna luta para se suportar as angústias humanas diante do dilaceramento da vida. Não é por acaso que apenas os santos, os heróis e os revolucionários, são capazes de suportar o enfrentamento da morte, tanto no sentido literal como no simbólico.
O tempo e sua transitoriedade são fatos que não se pode negar. Embora haja no homem um desejo de juventude, tema este que a ciência moderna tenta pensar como possível prorrogação e também, em paralelo, em extensão do tempo de vida, a eternidade insiste em nos escapar. Como já dizia Nietzsche: " O que se tornou perfeito, inteiramente maduro, quer morrer ".

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Quando a ética torna-se uma questão de ótica

A palavra virtude deriva do latim virtus e significa a qualidade ou ação digna do homem que usa sua liberdade com responsabilidade moral. O termo responsabilidade também se origina no latim respondere e quer dizer estar em condições de responder pelos atos praticados e deste modo, justificar suas ações.
O que dizer das falas "ocultas" que tornadas públicas por uma falha nos mecanismos técnicos, vem corroer nossos ouvidos com a revelação não planejada de quem deveria transmitir notícias e passar credibilidade. É a verdade por trás da bancada que não convence apesar do esforço de admiti-las vindo a público de maneira forçosamente vergonhosa, reconhecer que falou bobagens.
Parece que a ética só cabe no mundo da imagem que chega até o grande público e que a realidade para estes que têm o poder de mostrar a própria cara e falar para multidões, não está presente de fato nem nas sua competência dentro do mundo trabalho e quem dirá nas relações com seus subalternos.
O imoral é o intolerante que acredita ser o proprietário de um único critério moral. É bom lembrar a este velho senhor uma máxima do sábio e bom Marx que diz: "Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem...". Claro que isto tem muito mais valor no mundo dos que foram insultados e não no mundo confortável dos que abusam do espaço e do conforto que usufruem.