quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Transgressão Como Gesto Libertário

Na ordem da natureza o Homem apresenta-se como parte insignificante da mesma. Porém, a vida social e seus sistemas simbólicos, exige deste Homem, uma rede de interdições, que soam como modo de demarcar a ruptura entre o Homem e o animal. Talvez por esta razão, ele se depare com a função de produzir transgressões e assim assinalar para a possibilidade de criar fissuras. Não que tal ato signifique um regresso à natureza selvagem, ao contrário, parece ser mais uma expressão de si mesmo que se manifesta na tentativa de não permitir sua reificação.
Este Homem que não se deixa reificar, é o mesmo que combate o universo modelar buscando brechas na muralha da moral, tentando assim, encontrar a face da tolerância e do equilíbrio. Deste modo, combate o temor e revigora o ânimo da natureza humana.
Quem sabe um dia a sociedade encontre a dosagem exata e eficaz da moral, capaz de tornar este Homem livre sem que para tanto, ele precise buscar a clandestinidade além muralhas... .

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Em tudo há uma via contraditória

Sem pretender reduzir estes dois conceitos, mas apenas tentando compreendê-los a partir da contradição que apresentam, vamos falar a respeito do Materialismo e do Idealismo.

A teoria marxista compõe-se de uma teoria científica, que é o materialismo histórico, e de uma filosofia, que é o materialismo dialético.

Na visão materialista, o mundo material é anterior ao espírito, visto que, este deriva do primeiro. Para o idealismo, a visão é totalmente oposta, já que considera o mundo material como pura encarnação da idéia absoluta, da consciência.

Para os materialistas, a matéria é um dado primário visto que é a fonte da própria consciência. Já a consciência passa a ser um dado meramente secundário na medida em que é fruto e reflexo da matéria.

O materialismo marxista, que é dialético, distingue-se pois do materialismo dito vulgar ou mecanicista. A questão aqui não é simplesmente simplificar a ação da matéria sobre o espírito e deste modo abolir em definitivo a liberdade humana. Pois, como em tudo que envolve uma análise, o materialismo dialético, parte da compreensão de que os fenômenos materiais são processos, o que implica na existência de uma realidade dinâmica. Dito isto, é possível compreender o mundo e as coisas numa relação de dependência recíproca e não-linear.

A visão de uma realidade contraditória não cabe apenas ao pensamento marxista, mas também no próprio existir humano, na medida em que nos deparamos com situações onde as nossas idéias parecem não caber na realidade e na compreensão de quem nos rodeia.

O que se pode concluir é que o mundo é, dialeticamente falando, uma realidade de complexos, ou seja, por mais que desejemos, não há linearidade, pelo menos para aqueles que pretendem ir mais fundo na sua existência.