quinta-feira, 29 de abril de 2010

Estamos à mercê de acontecimentos que não estão em nossas mãos

A primazia da razão, tão almejada pelo homem como forma de libertação de um destino cego, trouxe também a preocupação com o sentido que a mesma possa produzir. Em nome da verdade corremos o risco de elevar a racionalidade a um ponto extremo capaz de gerar um aprisionamento, pois o " pensamento petrifica a vida", e, não foi esse o destino sonhado pelo homem quando buscou desesperadamente sua emancipação.
A fenomenologia, surgida no século XIX, trouxe a preocupação e juntamente, fez uma crítica ao primado da razão como forma de delinear o mundo e consequentemente nós mesmos. Mais tarde, outros pensadores, nem todos representantes desta corrente, também mostraram preocupação com esta mesma temática.
É importante não esquecer que a consciência que o homem tem do mundo é mais ampla que o mero conhecimento intelectual, pois, é ela, a consciência, a doadora de sentido para o mundo e que o olhar deste homem sobre o mundo é o modo pelo qual ele experimenta o mundo.
Portanto, a fenomenologia nada mais é do que a "filosofia da vivência", afinal, estamos condenados à liberdade.

sábado, 17 de abril de 2010

Múltiplos são os caminhos...

"À violência é sempre dado destruir o poder; do cano de uma arma desponta o domínio mais eficaz, que resulta na mais perfeita e imediata obediência. O que jamais poderá florescer da violência é o poder." (Hannah Arendt)
O homem violento, aquele que acredita em sua força, este não tem poder. O poder só pode ser encontrado onde não há violência. Uma coisa é obediência e medo outra é o real sentido daquilo que transforma sem agredir. Esta é uma das razões pelas quais a democracia apresenta-se como algo frágil pois, está implícito em sua natureza este caráter de incompletude na medida em que dá ao outro a compreensão de que não há uma imposição antecipada. Ao contrário, o que existe é o direito da autoprodução dentro do percurso.
Os riscos e as múltiplas possibilidades de escolhas fazem parte deste contexto de tolerância e respeito. Embora haja o risco, este sinaliza para a ausência de passividade e também para o recuo que as atitudes absolutas podem despertar com a falsa sedução de uma ordem preexistente.
Faz parte do exercício da maturidade entender que a tolerância pode ser um caminho para uma convivência mais pacífica e que tal atitude não significa passividade. Portanto, nem sempre é necessário que o mais forte seguido, pois múltiplos são os caminhos... .