domingo, 17 de janeiro de 2010

A Eternidade Nos Escapa

" Ó humano, presta atenção... . Ai de mim! Para onde foi o tempo? Não afundei em poços profundos? O mundo está dormindo." Esta fala de Zaratustra (Nietzsche) suscita o sentimento de finitude do homem diante do mundo. Este homem, que é um ser de desejo, tem diante de si a certeza inexorável do finito.
A imagem mítica do deus Cronos (Tempo), devorando os próprios filhos, já expressa o conceito da não eternidade.
O próprio nascimento é a primeira morte, se entendida aqui como primeira separação. É o novo e desconhecido ambiente que substitui a cálida sobrevivência uterina. Daí em diante, a vida passa a ser uma eterna luta para se suportar as angústias humanas diante do dilaceramento da vida. Não é por acaso que apenas os santos, os heróis e os revolucionários, são capazes de suportar o enfrentamento da morte, tanto no sentido literal como no simbólico.
O tempo e sua transitoriedade são fatos que não se pode negar. Embora haja no homem um desejo de juventude, tema este que a ciência moderna tenta pensar como possível prorrogação e também, em paralelo, em extensão do tempo de vida, a eternidade insiste em nos escapar. Como já dizia Nietzsche: " O que se tornou perfeito, inteiramente maduro, quer morrer ".

Nenhum comentário:

Postar um comentário