segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A Liberdade Como Futuro Aberto

A idéia de liberdade é comparada ao vôo livre de um pássaro, no entanto, esquecemos de refletir se há de fato total liberdade no ato de voar. Para Kant, a imagem de uma pomba ágil, indignada contra a resistência do ar que a impede de voar mais rápido, tem na resistência um suporte para o vôo visto que seria impossível voar no vácuo. Do mesmo modo somos nós, quando buscamos desesperadamente o direito à liberdade, nos deparamos com as resistências que o mundo real nos apresenta.
É impossível fugirmos aos determinismos naturais por exemplo. Há mecanismos que gostando ou não, estamos sujeitos, desta forma, já podemos constatar a existência de elos que nos incluem numa cadeia causal universal. O reconhecimento destes dados não deve servir de justificativa para a passividade diante do mundo e da trajetória de nossa existência. Ao buscarmos atingir as nossas metas, imprimimos autenticidade às nossas vidas. O homem que ao contrário não busca resistir às tensões mundanas, torna-se inautêntico, pois deixa de correr atrás do que acredita e deseja, passando a ser um mero seguidor de normas previamente criadas.
O homem verdadeiramente autêntico é aquele que mesmo reconhecendo os obstáculos que a vida apresenta, lança-se em direção ao futuro, projeta-se no tempo. Ou acreditamos na ilusão que somos livres para mudar a direção conforme nossos anseios ou nos resignamos e passamos a acreditar que nada podemos fazer. Nesta última opção, não há projeto de futuro, ao contrário o que prevalece é o determinismo e este não pode se sobrepor ao desejo humano de ultrapassagem, pois lá na frente há um futuro e este é um futuro aberto.

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