quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Que é que eu penso do amor?

Em suma não penso nada, diria R. Barthes,... estando do lado de dentro, eu o vejo em existência, não em essência. Dentro do discurso amoroso, embora haja permissão para a reflexão, esta foge do pensamento lógico, deixando assim de ser reflexividade, pois é impossivel falar em linguagem amorosa e ao mesmo tempo pretender pensá-la racionalmente.
As lendas gregas, já traziam na figura de Eros, filho de Afrodite e Ares, o deus do Amor como força de natureza espiritual que preside a partir de seu nascimento, a coesão e a ordem do universo. Curiosamente, este mesmo Eros encarregado de flechar os corações para torná-los apaixonados, se apaixona por Psique (Alma). Afrodite, a sogra invejosa da beleza de Psique, afasta-a do filho e a submete às mais difíceis provas e sofrimentos, dando-lhe como companheiras a Inquietude e a Tristeza, até que Zeus, atendendo aos apelos de Eros, liberta-a para que o casal possa enfim se unir novamente.
O que os mitos gregos podem nos revelar sobre o amor é que ele permite ao homem sair de si para assim tornar possível o encontro com o outro, somente através desta intersubjetividade se realiza o encontro. É isso que caracteriza fundamentalmente o homem, pois como força desejante, encontra a energia que o impulsiona a agir e procurar o prazer e a alegria, alcançando deste modo o objeto de seus desejos.
O amor também tem seus paradoxos, pois a meta alcançada não significa algo estático, ao contrário, é o começo do caminho de construção e reconstrução. Mesmo sendo vínculo, há um alto risco das pessoas serem aprisionadas em seu envolvimento, podendo deste modo chegar à dissolução do tão sonhado encontro. Citando um provérbio chinês:" O lugar mais sombrio, é sempre debaixo da lâmpada."

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