sexta-feira, 11 de junho de 2010

Você não é, está sendo

Nós, seres humanos, fazemos parte de uma espécie que até o momento, revela-se muito bem sucedida em termos de sobrevivência biológica. Somos possivelmente os únicos seres vivos que povoam todas as regiões da terra, desde as mais quentes até as mais frias.
Curiosamente, é este mesmo homem que chega ao mundo como a mais impotente de todas as criaturas. É um ser inacabado e portanto vulnerável. Porém, este mesmo ser já chega ao mundo com um sistema nervoso digno de admiração e que mais tarde irá desenvolver-se graças a combinação do inacabado com a infinita maleabilidade humana que o faz amoldável. Na prática, isto implica a existência de infinitas possibilidades acessíveis ao humano.
A partir da compreensão que o homem é inacabado, podemos então refletir sobre as várias maneiras de agir. Para Epicuro "há ocasiões em que utilizamos um bem como se fosse um mal e, ao contrário, um mal como se fosse um bem."
Sendo um ser inacabado, somos obrigados a fazer escolhas e estas implicam uma concepção de certo e de errado. Mas como já dizia o sábio Sócrates: "o homem só pratica o mal quando ignora o bem." O importante é entender que sendo um animal social, que só se realiza dentro de um contexto de co-liberdade, a questão com a qual devemos nos preocupar não é pois uma simples distinção teórica entre bem e mal. É sim a construção de nossas histórias individuais a partir de um contexto onde o outro também tem que ser pensado pois mesmo condenado a ser livre, o homem é o responsável por tudo que faz, embora não tenha criado a si mesmo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário