segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Belo é dizer duas vezes o que é necessário

A palavra distingue os homens dos animais. Não se sabe de onde é um homem antes que ele tenha falado, já dizia Rousseau. A linguagem é algo inseparável do humano, pois está presente em todos os seus atos.
Na busca da expressão e da comunicação, utilizando-se de gestos e vozes, apareceu a linguagem. Como expressão do pensamento, ela não é um simples acompanhamento do mesmo, mas sim, um fio profundamente tecido na trama do próprio pensamento.
Platão considerava a linguagem um remédio para o conhecimento, pois nos permite descobrir nossa ignorância e a partir daí, nos leva a aprender com os outros. Porém, ela também pode ser um veneno quando, pela sedução das palavras, nos faz acreditar no fascínio que as mesmas nos provocam. Há por trás delas um poder encantatório.
Sejamos pois atentos não apenas ao que ouvimos, mas, sobretudo, ao que pronunciamos, pois é através da linguagem que estabelecemos nossas relações com os outros e com o mundo. Somos ouvintes, mas também somos criadores daquilo que os outros ouvem. Portanto, belo é dizer duas vezes o necessário, o resto devemos guardar em forma de pensamento e deixar que se disperse.

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