sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O Sono da Razão Produz Monstros

Ao entrar em contato com o mundo, o homem o deseja ou o teme, só depois o interpreta. É próprio do desejo humano a busca pela dominação que serve para afugentar a insegurança e os temores diante do desconhecido e da morte. Os primeiros modelos de construção do real foram de natureza sobrenatural, ou seja, os mitos serviram não apenas de modelos de compreensão, pois trouxeram junto os deuses que tinham a função de apaziguar a afliçao humana de então.
Há no homem uma necessidade de compreensão, mesmo diante do caos, que não significa vazio, mas sim, a existência da desordem, mesmo aí, persiste a tentativa humana de por fim a este estado. Por ordem no caos significa dar a este homem a possibilidade de agir e de transformar.
Pela ciência acreditou-se na possibilidade definitiva de espantar o medo causado pela ignorância e superstição. No entanto, as sombras persistem, primeiramente observadas pelos pensadores da Escola de Frankfurt, e mais precisamente hoje, com base nas experiências concretas por nós vividas, estas sombras nos dão o temor da completa escuridão. Pedimos somente um pouco de ordem para nos proteger do caos, pois nada é mais doloroso do que constatarmos a nossa incapacidade de convivência com aquilo que não dominamos.

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