segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Existirmos - a que será que se destina?

Fazendo uma reflexão sobre a questão da liberdade colocada frente a outro tema que é o livre arbítrio, é possível estabelecer a diferença entre ambos, embora esta passe às vezes despercebida. A liberdade só pode ser exercida num contexto em que de antemão já exista o livre arbítrio, pois ele serve de meio para se usar a liberdade, porém, de maneira ambígua.
Quando bem utilizado, o livre arbítrio liberta; quando é mal empregado, corre o risco de escravizar. Portanto, a nossa independência tem um preço, aliás, como tudo na vida. Dentre todas as épocas, o homem contemporâneo é o que mais carrega em sua existência o peso da solidão e da responsabilidade de, por conta própria, fazer suas escolhas. Principalmente se as questões referentes ao viver forem pensadas dentro do contexto filosófico existencialista.
O homem contemporâneo é livre e por ser livre, é o responsável pelo seu destino. Talvez esteja aí a resposta para as sensações de angústia, vazio e desamparo tão presentes nas vivências atuais.
É tarefa deste homem saber o que faz da sua existência e, reconhecer aquilo que ele é, apesar de não poder dizer como o mundo deve ser. A importância de perceber a tempo, para não ser como a ave de Minerva, que só levanta vôo ao amanhecer, ou seja, dar conta de sua história depois que o curso da vida já tiver passado... .

Um comentário:

  1. lembro sempre do meu pai, ao te ler. Agora pensei no Mersault, do Estrangeiro de Camus.

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