sábado, 3 de outubro de 2009

A Não Indiferença

Valorar é uma experiência fundamentalmente humana que se encontra no centro de todas as escolhas. Elaborar um plano de ação já é indício de escolhas de valores, mesmo que não percebamos. Há o mundo das coisas e o mundo dos valores, ou seja, não é possível a existência humana sem que esta não busque seus significados. Deste modo, nos mostramos capazes de realizar ações transformadoras, deixamos de ser passivos para sermos atuantes.
Somos afetados pelas coisas e pelas pessoas uma vez que somos influenciados pelo que nos rodeia, mas, também não passamos incólumes pelo mundo, pois atribuir valor a algo ou a alguém é uma maneira de não passar indiferente. Não ser indiferente é a atitude que orienta a ação humana na construção da história do homem como indivíduo e como personagem de seu tempo. Daí a importância de se respeitar a pluralidade e as diferenças como garantia para que nenhum povo se deixe sucumbir à tentação de dominar o outro por considerar o diferente como sinal de inferioridade. O verdadeiro homem pauta suas escolhas no seu dia a dia na medida em que, reconhecendo os riscos do egoísmo consciente, presente tanto no indivíduo como na atmosfera coletiva, age cautelosamente como legislador de si e do mundo.

Um comentário:

  1. é questão difícil; se o outro diferente há que ser respeitado, práticas muçulmanas como ablação do clitóris e sutura da vagina em meninas de 13 anos são apenas diferenças?
    Eu não consigo ver isso como crime, nem sei se deveria, mas é só diferente? nem sei se é violência. E quando a moça morre? foi crime?

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